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A Felicidade e a Ciência

Um Guia do que a Ciência já encontrou na Busca pela Fórmula da Felicidade

 

Iniciamos hoje a coluna ‘RESPIRA’, da jornalista Andressa Missio, que já passou por todos os grandes telejornais da Globo, Band e Record. E agora, durante uma pós-graduação em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness na PUC/PR, descobriu um novo universo chamado Ciência da Felicidade. Conhecimento que decidiu compartilhar com você, leitor. Não é autoajuda, é ciência.

 

 

Por Andressa Missio | 24 de fevereiro de 2023

Taí uma palavra relativamente simples de compreender, fácil de explicar, difícil de praticar. Sim, praticar. Felicidade deveria ser verbo, não substantivo. É ação, é processo, é estado. Portanto, é justo que seja verbo! Alguém poderia dizer: troque por “felicitar”. Mas aí o sentido muda: felicitar é entregar a felicidade ao outro, como um presente. Não é o caso. Estou falando da SUA felicidade. A proposta é que você assuma a responsabilidade poderosa de SE fazer feliz.

Aliás, o que te faz feliz? 

Não é de hoje que a humanidade se pergunta e a ciência procura respostas. O mais longo e completo estudo sobre a Felicidade alcançou mais de 75 anos, e foi conduzido por cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A investigação começou com um grupo de 700 meninos de Boston, que viviam em diferentes bairros – da periferia às melhores escolas da cidade. Os pesquisadores acompanharam a vida desses garotos, ao longo de quase oito décadas. Alguns se tornaram altos executivos, outros tiveram uma vida simples. Uns com muito dinheiro, outros com o suficiente para sobreviver.

Dinheiro traz felicidade? 

Por meio de entrevistas e exames, os cientistas monitoraram a saúde física, mental e emocional dessas 700 pessoas e elencaram o nível de satisfação com a própria vida. Ao final de 75 anos, os pesquisadores se depararam com um resultado surpreendente. O grupo considerado mais feliz tinha algo em comum. Pasmem: não era dinheiro! Também não era sucesso, nem poder, fama, tampouco formação acadêmica.

Em comum, os homens mais felizes e mais saudáveis tinham conexões verdadeiras e profundas. Relacionamentos de qualidade, pessoas com quem se importavam, com quem podiam contar. Pessoas que amavam, fossem elas cônjuges, amigos, parentes ou a comunidade onde estão inseridas. O atual diretor da pesquisa, o psiquiatra americano Robert Waldinger, explica que uma relação de qualidade é aquela em que você se sente seguro, à vontade, onde você pode ser você mesmo. Waldinger ainda diz que, quando a pessoa está mais satisfeita em seus relacionamentos, seu corpo e cérebro permanecem saudáveis por mais tempo.

Conexões profundas 

É verdade, portanto, que a qualidade de seus relacionamentos influencia na qualidade de sua saúde – e por que não? Na sua longevidade. Bem como também é verdade, a partir da pesquisa de Harvard, que cuidar de seus relacionamentos também é autocuidado. As constatações não são minhas, e sim do próprio diretor da pesquisa, Waldinger. Sua palestra no TED (sigla em inglês para Tecnologia, Entretenimento, Design): “O que torna uma vida boa? Lições do estudo mais longo sobre a felicidade”, viralizou na internet. O vídeo da conferência já foi visualizado mais de 44 milhões de vezes.

Indo mais longe, mais especificamente em meados de 300 a.C, o filósofo grego Aristóteles já dizia que o homem é um sujeito social e que, por natureza, precisa pertencer a uma coletividade. Somos animais comunitários, sociais, solidários, gregários. E também políticos, já que possuímos o dom da linguagem, somos capazes de pensar e realizar o bem comum. Segundo o pensador, a felicidade está intimamente ligada à convivência com os outros seres humanos. O homem precisa da sociedade e a sociedade precisa do homem.

E o que eu faço com a tristeza? 

Não se trata de ser feliz em todos os momentos. Isso seria impossível, todos passamos por dias ou situações difíceis. A tristeza também faz parte da vida. Não se trata de evitá-la, desdenhá-la, minimizá-la. Porém, tendo ao lado alguém com quem se possa contar, o fardo fica mais leve. A tristeza é acolhida. E a vida? Ah, a vida se torna mais leve e feliz.

 

 

 

 

 

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Andressa Missio

Andressa é jornalista com 20 anos de carreira na televisão. Ela passou por todos os grandes telejornais da Globo, Band e Record. E agora, durante uma pós-graduação em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness na PUC/PR, descobriu um novo universo chamado Ciência da Felicidade. Conhecimento que decidiu compartilhar com você, leitor. Não é autoajuda, é ciência.

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