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Mudar de carreira ao imigrar pode trazer oportunidades

Nova formação, novo mercado de trabalho e alguns dos mesmos desafios

Por Paula Filizola | 13/05/2024

Mudar de carreira não é uma decisão fácil. Requer pesquisa e muita reflexão para garantir que não será um sofrimento e sim uma grande oportunidade. Neste aspecto, o Canadá é conhecido por ter uma ampla oferta de cursos secundários e de graduação, além de demanda por mão de obra em áreas variadas.

No entanto, o que realmente motiva a mudança? Uma pesquisa realizada pelo instituto ADP Research apontou que 4 em cada 5  brasileiros consideram mudar de emprego. Portanto, não é incomum que isso aconteça ao imigrar.

 

Para Mariel Lopes foi exatamente isso que ocorreu ao chegar em Toronto em 2019. A brasileira era servidora pública quando morava em Brasília, mas não se via nesta carreira a longo prazo. “A mudança de carreira era algo que eu já cogitava mesmo antes de imigrar para o Canadá. Sentia que faltava algo que me mantivesse motivada”, relembra.

Apesar de existir o desejo, a entrada de Mariel em uma segunda graduação ocorreu somente em 2021. Ela conta que com todo o processo de imigração, os custos do college adiaram um pouco os planos.

Nas suas pesquisas prévias, Mariel se encantou pelo universo da confeitaria e panificação e acabou optando pelo curso de Baking & Pastry Arts, da George Brown College. “Eu já tinha pesquisado algumas opções na área de confeitaria antes de imigrar. Mas quando vi o programa do curso da George Brown o coração bateu mais forte”, conta.

Mudar de carreira é, claro, desafiador. Por isso, é preciso abraçar a ideia de sair da zona de conforto, se ajustar e estar disposto a conhecer um mundo novo que pode te abrir muitas portas. “Na minha área o que eu observo é que existem muitas opções de vagas, em diferentes locais – cafés, restaurantes, empresas de catering, hotéis – além da possibilidade da pessoa começar uma produção dentro de casa e usar as redes sociais como vitrine”, explica Mariel, que hoje trabalha como confeiteira em um restaurante de Toronto.

Mercado de trabalho

Os chefs e cozinheiros mais bem treinados estão em grande demanda, de acordo com a Federação Canadense de Chefs e Cozinheiros. As perspectivas de emprego para chefs qualificados são consideradas muito boas, especialmente em Halifax. A demanda por chefs especializados em culinária estrangeira, sous-chefs e chefs de confeitaria é particularmente alta.

Do ponto de vista de procura por emprego, Mariel aponta a característica multicultural de Toronto, onde reside, como um fator relevante. “Por ser uma cidade extremamente multicultural, bem mais do que outras cidades menores do Canadá, acho que acaba sendo menos difícil para que um imigrante consiga se reinserir no mercado de trabalho ou até mesmo mudar de área como eu fiz”, revela.

Isso não significa, no entanto, que desafios não vão aparecer nessa busca. “Eu me considero uma pessoa de sorte por ter, logo no começo das minhas buscas, encontrado pessoas muito legais que me receberam muito bem e me deram a oportunidade de mostrar minhas habilidades”, comemora a confeiteira.

O networking, no entanto, também é fundamental – assim como em outros setores. “Como em qualquer área, é preciso se mostrar qualificada e fazer boas conexões no caminho. É muito importante que você mantenha bons relacionamentos com os colegas e chefs, esteja sempre fazendo networking e trocando informações com outras pessoas da área”, conclui.

 

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Paula Filizola

Paula é jornalista com mais de 12 anos de experiência em Brasília. Atuou em veículos da Editora Abril, além do jornal Correio Braziliense e do site Metrópoles. Como profissional de comunicação, trabalha com estratégia institucional e digital. Se especializou na Centennial College, em Toronto, na área de Lifestyle Media.

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