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TIFF 2022 traz os filmes mais emocionantes em estreia mundial

O Festival Internacional de Cinema de Toronto está de volta com força total em 2022

Por André Luis | Leila Monteiro Lins | 2 de agosto de 2022 | Fotos: Cortesia do TIFF

Após dois anos de exibições principalmente virtuais, o Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) regressa em setembro de 2022 para a sua 47.ª edição – 11 dias de cinema internacional e canadiano, eventos especiais com alguns dos maiores nomes do cinema e a Conferência da Indústria do TIFF, oferecendo perspectivas diversas e inovadoras sobre a arte e os negócios do cinema.

De 8 a 18 de setembro, o TIFF exibirá muitos dos mais esperados filmes do ano de alguns dos maiores realizadores em atividade. Steven Spielberg, Martin McDonagh, Hirokazu Kore-eda, Park Chan-wook, Lena Dunham, Sam Mendes, Rian Johnson, Gina Prince-Bythewood, Rodrigo Garcia, Darren Aronofsky, Jafar Panahi, Stephen Frears, Ruben Östlund, Sarah Polley e muitos outros estarão a exibir os seus filmes este ano.

AS NADADORAS NA ABERTURA DO TIFF

A programação oficial do 47.º TIFF arranca com “The Swimmers”, um drama de Sally El Hosaini inspirado na história de duas irmãs sírias, desde que fugiram da guerra até à sua participação nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

 

DALILAND TEM ESTREIA NA NOITE DE ENCERRAMENTO DO FESTIVAL 

Cameron Bailey, CEO do TIFF, anunciou que o filme “Dalíland” terá a sua estreia mundial na noite de encerramento do Festival de Cinema, no sábado, 17 de setembro, no Roy Thomson Hall.

“Dalíland” conta a história dos últimos anos do estranho e fascinante casamento entre o génio Salvador Dalí e a sua esposa, Gala, quando o seu vínculo aparentemente inabalável começa a romper-se.

Ambientado em Nova Iorque e na Espanha, em 1973, a história é contada através dos olhos de James, um jovem assistente ansioso para fazer o seu nome no mundo da arte, que ajuda o excêntrico e mercurial Dalí a se preparar para uma grande exposição na galeria.

DOIS FILMES E UMA COPRODUÇÃO PORTUGUESA EM COMPETIÇÃO

As curtas-metragens portuguesas “O homem do lixo” e “Ice merchants”, e a coprodução portuguesa “L’ombre des papillons” integram a seleção oficial do TIFF.

A organização anunciou a lista de 39 curtas-metragens, de 18 países, selecionadas para o festival, da qual constam “O homem do lixo”, de Laura Gonçalves, “Ice merchants”, de João Gonzalez, e “L’ombre des papillons”, da realizadora marroquina Sofia El Khyari, coproduzido por França, Qatar, Marrocos e Portugal.

“O homem do lixo” é o mais recente filme escrito e realizado em nome próprio por Laura Gonçalves (foto), depois de em 2017 ter coassinado a ‘curta’ “Água mole”, com Alexandra Ramires.

A obra é sobre recordações e memórias, a partir da história de vida “do tio Botão”, que trabalhou emigrado em França como homem do lixo, lê-se na sinopse.

Este ano, “O homem do lixo”, produzido pela BAP — Animation Studios, ganhou o Prémio Melhor Curta-metragem Portuguesa no Monstra-Festival de Animação de Lisboa, e conquistou o Grande Prémio do júri profissional e o Prémio do Público do festival Animafest Zagreb, na Croácia.

“Ice Merchants”, de João Gonzalez, é sobre um pai e um filho, que produzem gelo na casa inóspita onde vivem, e de onde saltam todos os dias de paraquedas para o vender na aldeia, no sopé da montanha.

O filme, do qual João Gonzalez assina igualmente o argumento e a banda sonora, venceu este mês o prémio de melhor curta-metragem de animação na competição do Festival Internacional de Cinema de Melbourne, na Austrália.

A curta-metragem, produzida pela Cola Animation com parcerias em França e no Reino Unido, já tinha sido distinguida na Semana da Crítica do Festival de Cannes, em França, no festival de Guadalajara, no México, no Motovun Festival, na Croácia, e no festival Curtas de Vila do Conde.

“L’ombre des papillons”, de Sofia El Khyari, segundo a sinopse do filme, conta a história de uma mulher que, “numa floresta misteriosa é lentamente atraída para um devaneio nostálgico enquanto observa borboletas”.

O filme foi apresentado este mês no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça.

Anteriormente já tinha sido anunciado que o filme português “Fogo-Fátuo”, de João Pedro Rodrigues, a coprodução luso-brasileira “Mato seco em chamas”, de Joana Pimenta e Adirley Queirós, e “Pacifiction”, do espanhol Albert Serra, com coprodução portuguesa pela Rosa Filmes, iriam integrar a programação deste ano.

BRASIL SEMPRE BEM REPRESENTADO NO TIFF 

Na esteira da curta Rádio Coração de 2018, os realizadores Joana Pimenta e Adirley Queirós retornam à periferia da Ceilândia, em Brasília, para criar “Mato seco em chamas”, um novo filme formalmente austero e híbrido, que caminha na linha ténue entre o documentário narrativo, a ficção científica em ruínas e o clássico ocidental.

O filme centra-se nas irmãs Chitarra e Léa, líderes de um gangue feminino que refina petróleo extraído de um oleoduto subterrâneo nas suas instalações improvisadas. Elas vendem a gasolina que fabricam a motoqueiros da classe trabalhadora, entregadores de motos que dependem dela para sobreviver na favela Sol Nascente.

Também o filme “Carvão”, da premiada curta-metragista Carolina Markowicz, foi oficialmente selecionado para o Festival Internacional de Cinema Toronto de 2022.

No filme, a atriz Maeve Jinkings interpreta Irene que, com o seu marido, Jairo (Romulo Braga), tem uma pequena carvoaria no quintal de casa. Eles têm um filho pequeno, Jean (Jean Costa), e o pai dela não sai mais da cama, não fala, não ouve.

Nessa situação, a família recebe uma proposta rentosa, mas perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa, numa pequena cidade no interior. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar – nem sempre para melhor.

O filme foi rodado em Joanópolis, interior de São Paulo, uma cidade próxima à qual a realizadora cresceu, e ela confessa conhecer bem esse ambiente.

Um outro filme que promete ter impacto no TIFF é “Miúcha, a Voz da Bossa Nova”, dos realizadores Daniel Zarvos e Liliane Mutti.

Apesar da sua posição no epicentro da cena Bossa Nova brasileira, a cantora Heloísa Maria Buarque de Hollanda, conhecida como Miúcha, tem sido amplamente subestimada. Este documentário, que mergulha na sua carreira e vida pessoal através de um rico acervo de arquivos, pretende mudar isso.

A Bossa Nova tornou-se uma sensação da música internacional no final dos anos 1950 com a sua fusão de samba brasileiro e cool jazz. As histórias do género tendem a se concentrar nos seus famosos compositores masculinos. Mas Miúcha, A Voz da Bossa Nova, dá-nos uma nova perspectiva sobre uma cantora e compositora chave que tem sido pouco apreciada: Heloísa Maria Buarque de Hollanda, conhecida como Miúcha.

Entre os homens cujos nomes se tornaram mais celebrados, ela era irmã de Chico Buarque, aluna de Vinicius de Moraes, segunda esposa de João Gilberto, parceiro musical de Antônio Carlos Jobim, e a voz que acompanhava o saxofone de Stan Getz.

Então, por que mais pessoas não conhecem o nome dela? O realizador Daniel Zarvos (primo de Miúcha) e a co-realizadora Liliane Mutti tiveram acesso extraordinário aos arquivos da família: cartas pessoais, diários, diários em áudio, filmes caseiros e os expressivos desenhos em aquarela da cantora animados para o filme. Estes permitem que a história de Miúcha seja contada em grande parte com as suas próprias palavras.

FESTIVAL DE RUA 2022 VAI ANIMAR TORONTO 

De volta para o seu sétimo ano, a emoção e a diversão do Festival Internacional de Cinema de Toronto transbordam dos cinemas para o Festival Street (Festival de Rua) e para a David Pecaut Square. A King Street West, entre a Peter Street e a University Avenue, vai transformar-se na festa de rua do TIFF.

As celebrações do Festival Street acontecem de 8 a 11 de setembro, e as atividades na David Pecaut Square têm lugar de 8 a 18 de setembro. O TIFF também tem o prazer de anunciar a seleção deste ano para o programa da Cinemateca, com cinco filmes.

O coração pulsante da Festival Street é o povo de Toronto. Há algo para todos participarem, de performances a exibições ao ar livre no OLG Cinema Park, na David Pecaut Square.

Começando no dia 8 de setembro, e ao longo do dia, o público é convidado a testemunhar a produção de arte, pois a StreetARToronto estará a criar um passeio de arte ao vivo generosamente apoiado pela Fundação Micki Moore.

O novo cinema ao ar livre do TIFF, o OLG Cinema Park, localizado na David Pecaut Square, apresentará os filmes “The Greatest Showman”, “UHF”, “West Side Story” (2021), “The Mummy”, uma exibição de celebração do 30.º aniversário de “A League of Their Own” (1992), além de “School of Rock” e “Love & Basketball”, ambos apresentados pelo Comité Next Wave.

Os visitantes também podem tomar uma bebida numa das esplanadas, provar deliciosas guloseimas de uma variedade de food trucks (carrinhas de comida) e divertir-se com muitas outras iniciativas de diferentes parceiros do TIFF.

Já a Cinemateca do TIFF tem o orgulho de trazer cinco filmes clássicos para o público do TIFF 2022, incluindo muitas restaurações em 4K. As exibições na Cinemateca TIFF são gratuitas para todos os públicos. Para mais informações sobre horários e locais de exibição, visite tiff.net.

COMPRA DE BILHETES

As vendas de pacotes de ingressos já estão encerradas. Caso tenha comprado um pacote de ingressos, será notificado em breve sobre quando poderá ir buscá-lo.

Mas se perdeu a oportunidade de adquirir um pacote de ingressos, poderá ainda comprar bilhetes individuais. Torne-se um membro do TIFF para ter acesso aos ingressos a partir de 3 de setembro. Os ingressos individuais estarão à venda para os e portadores de passe gratuito para menores de 25 anos, a 4 de setembro, e para as audiências públicas, dia 5 de setembro.

ADMISSÃO GERAL

TIFF Bell Lightbox e Scotiabank Theatre Toronto

Dia da semana normal Diurno (adulto)

A partir de 19 dólares

Fim de semana normal + noite 

A partir de 30 dólares

Dia da semana normal Diurno (Menor de 25 anos)

A partir de 11 dólares

Rush (premium) – A partir de 45 dólares   Rush (regular) – A partir de 25 dólares

Livro do Programa TIFF 2022 – 55 dólares

SOCIAL MEDIA

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#TIFF22

 

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Leila Monteiro Lins

Leila tem mais de 35 anos de experiência em jornalismo e marketing. Em abril de 2010, ela fundou a revista Discover no Canadá. Anteriormente impressa e distribuída duas vezes ao ano, a revista mudou para seu novo formato digital em outubro de 2020, facilitando a disponibilidade online na versão de bolso.

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