Criar a sua empresa: a decisão de procurar cliente e não emprego
Por Élida Rocha
O mundo do empreendedorismo traz consigo histórias inspiradoras. Mesmo quando acontece um problema, a volta por cima ensina muito para quem viveu o desespero e para quem acompanha a superação. Pesquisas revelam que o empreendedorismo no Brasil tem se mostrado uma ferramenta de desenvolvimento econômico e que traduz o desejo de muitos brasileiros. Atualmente, ter um negócio é o quarto sonho da nossa população, atrás de viajar pelo Brasil, comprar a casa própria ou um automóvel. Segundo a pesquisa do GEM 2016 (Global Entrepreneurship Monitor), 36% dos brasileiros possuem um negócio ou realizaram alguma ação para ser dono da sua própria empresa. Geraldo Rufino, fundador da JR Diesel diz que: “fazer dinheiro é simples. Se você está disposto a trabalhar, sempre tem alguém disposto a lhe pagar por isso”. Rufino no início catava lixo. Hoje, fatura 50 milhões por ano com a sua empresa de reciclagem automotiva.
Ser observador
A jornada de um empreendedor só termina em sucesso quando se é feita com muita atenção ao seu negócio. Rodrigo Azevedo, sócio-fundador do Comunique-se é enfático ao dizer que o empreendedor precisa ser acima de tudo observador. “Ele precisa perceber as oportunidades na hora certa”. Azevedo ainda elenca como principais atitudes de um empreendedor o fazer acontecer, fazer do jeito certo, ter muita gana e o de creditar no seu sonho.
César Souza, autor do best-seller “Você é do tamanho dos seus sonhos” e presidente do Grupo Empreenda fala sobre algo chamado “Jogue a seu favor”, título do seu livro que dissemina a atitude de virar a sorte, trabalhando por conta própria. O livro oferece ideias práticas para criação de um novo empreendimento, por meio da história de uma personagem que decide montar a empresa após ser demitida. César Souza deixa claro que o planejamento para o negócio próprio passa por importantes itens como, tipo de negócio mais adequado para a sua realidade, posicionamento do mercado, identificação dos clientes, resultados que deseja conquistar, competências a adquirir, entre outras relevantes questões que vão capacitar o novo empreendedor e possibilitar que ele construa um plano de negócios com alma. “O empreendedor que cria um negócio para ser duradouro precisa acima de tudo entender a sua criação como um todo e colocar a alma da empresa dentro do planejamento. Planejar não é simplesmente amontoar números, dados e gráficos. Mas é refletir sonhos, a alma do empreendedor”, escreve o autor.
Capacitacão
Assim fez Luiz Eduardo Guedes, que se apaixonou por café em 2014 e no final do ano passado criou o Florêncio Café, mas com um diferencial: ele entrega variadas receitas de café em cima de uma bicicleta. Em entrevista ao jornal de seu estado, o Rio Grande do Norte, ele conta que sempre teve o desejo de empreender e abrir um café, mas via que o momento era muito incerto por causa da crise política. Como sabia que os custos de uma cafeteria eram altos, pensou em utilizar a bicicleta como algo criativo e de custo baixo. Luiz Eduardo alinhou inovação e charme para construir o ambiente das vendas de seu café. Mas antes de colocar em prática usou um dos recursos mais simples e relevante: a sua capacitação. Fez cursos especializados em café, conheceu fornecedores, aprendeu sobre produtos, leu muitos livros, pesquisou, planejou e empreendeu.
Voltando ao personagem que citei nos primeiros parágrafos, Rodrigo Azevedo também costuma dizer que “empreender deveria ser a nossa primeira opção de emprego”. Bom… se essa é sua ideia agora, eu o convido a refletir, a observar e a não deixar passar nenhuma oportunidade. As mais simples normalmente escondem grandes resultados. Esse será o assunto do meu próximo artigo.
Um abraço e lembre-se: pense sempre grande!