A escolha da profissão
A Família
por Vania Goulart
A pressão para fazer uma escolha profissional mais cedo está cada dia mais intensa. Hoje essa escolha passou a ser com um ano de antecedência, ou seja, quando o jovem ainda está no segundo ano do ensino médio, pois as escolas estão antecipando as definições de como estudar, focadas para no vestibular, que cada dia é mais competitivo.
A escolha de uma profissão é um tema que precisa ser considerado desde a infância, com etapas executadas, acompanhamento e boa conversa.
O que vejo, em meu consultório, são famílias que deixam os filhos crescerem, sem provocarem essa conversa. Posteriormente, ou pior, no ano no qual a escolha é obrigatória e a pressão é maior, o desespero acontece. E, com ele, vem a angústia e a insegurança para decidir!
Como sua família se posiciona sobre sua profissão? Essa é uma das primeiras perguntas a serem efetuadas. A influência familiar é muito importante e, com ela, as influências que são exercidas nessa escolha. Se essa família tem uma expectativa do que o filho deveria estudar, mas não constrói esse diálogo, no momento da escolha, instala-se o conflito. Dessa forma, o mais importante então será iniciar o diálogo e adiar a escolha da profissão.
Veja aqui o passo a passo simples que pode ser seguido. Você pode seguir sozinho, pode usar com apoio os seus pais e ou um profissional e, assim, pode evitar maiores problemas:
1. Estimule o enriquecimento cultural – leve seu filho para conhecer e experimentar tudo que puder. Arte, história, culinária, feiras, etc. Cada interação dessas será muito valiosa. Haverá atividades que a criança vai gostar muito e outras, nem tanto. Assim, instalam-se as primeiras memórias de preferências e de desenvolvimento de talentos.
2. Abra possibilidades – procure, antes da obrigação de escolher, conhecer as preferências. Definir quais são suas preferências já será um grande avanço. Quando perceber alguma, o mais importante é aproveitar o interesse demonstrado para ampliar o conhecimento. O interesse está no campo do desejo, do emocional e até da fantasia. Muito importante é racionalizar, cada oportunidade ou insight de interesse. Nesse momento, independentemente se sozinho ou com algum apoio, é hora de ampliar o assunto e levá-lo a uma discussão com conhecimento de causa. É preciso fazer perguntas: O que, nessa profissão, chama a sua atenção? Qual a melhor e a pior atividade que esse profissional desenvolve? Depois de prolongar bem esse assunto, é necessária a experiência prática, a conversa com um profissional bem-sucedido na profissão e, de preferência, a vivência de um dia com ele. É preciso conviver com a rotina e não só com as partes boas da profissão.
3. Equacionar o plano – nesta última fase, o mais importante é descobrir onde e como fazer o curso superior ou técnico para apoiá-lo em sua escolha profissional, é preciso definir o investimento e o retorno de cada graduação. Fazer o estudo perto de casa ou fora? Em outro Estado? Todas essas definições precisam ser bem esclarecidas e acordadas com todos os familiares e com as demais pessoas envolvidas.
Escolher não é realmente fácil na maioria das vezes, mas não fazer nada será muito pior! Faça sua escolha e seja feliz!