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TIFF: Três filmes e uma mensagem

TORONTO INTERNATIONAL FILM FESTIVAL 2016

By Sandro Rego

O TIFF – Toronto International Film Festival é um dos cinco maiores festivais de cinema do mundo. A maior cidade do Canadá se transforma nos 10 dias em que o festival acontece. Todos passam a respirar TIFF. Por onde você anda sempre vai encontrar um cartaz, banners promocionais dos filmes, ativações dos patrocinadores, exibições gratuitas. O tapete vermelho é outra atração. Mobiliza os fãs em busca de fotos, autógrafos ou um simples aceno das celebridades que passam pela cidade.

Este ano o festival terminou domingo, dia 18. Tive a oportunidade de assistir apenas três filmes: “The Headhunter’s calling” e “The journey is the destination”, que estrearam no TIFF, além de rever “Ferris Buller day off”, o clássico “Curtindo a vida adoidado”. Gostaria de ter visto mais filmes. Muito mais… Mas não deu. Paciência.

Curtindo

“Curtindo a vida adoidado” dispensa apresentações. Principalmente para quem tem mais de 40. O filme é de 1986. Ferris Buller, interpretado pelo jovem Matthew Broderick, sente um desejo incontrolável de matar aula (quem nunca?!?) e planeja um programa pra curtir a cidade de Chicago com a namorada e o melhor amigo, fugindo do diretor da escola e aprontando todas. A cena do desfile onde o ídolo de todos os adolescentes dos anos 80 canta Twist and shout é clássica!

Journey1

“The journey is the destination”, é sobre a curta e intensa vida do fotojornalista Dan Eldon, morto aos 22 anos em uma emboscada na Somália quando trabalhava para a Agência Reuters. A mãe de Dan – interpretado pelo jovem e talentoso ator Ben Schnetzer – gostaria que ele estudasse numa das tradicionais universidades britânicas. Mas nos seus recortes – que virou livro – escreveu: “Quero ver e fazer tantas coisas. O único problema: por onde eu começo?”. Queria ser fotógrafo.

Quando bateu na porta da agência com seu portfólio e pediu emprego, ouviu do futuro chefe: “You need to get out there in the real world, where there’s warm beer and smelly pussies.” Não teve dúvidas, em vez de seguir a vida acadêmica decidiu partir para uma jornada pela África. Explorar o mundo por meio de suas lentes e conhecer a realidade. Virou ativista e fotojornalista. Cobriu o fim do apartheid na África do Sul, a fuga de refugiados em Moçambique e a guerra civil na Somália, onde foi morto.

Headhunters

Em “The headhunters calling”, o galã Gerard Butler interpreta Dane Jensen, um headhunter implacável, ambicioso e workaholic que faz de tudo para assumir a presidência da empresa. No começo da trama, diz Jensen: “Reach deep inside and feel that small part of you that’s predatory, or there’s the door…”. Ele começa o dia tomando café com Red Bull e disputa a vaga de presidente com uma colega mais jovem… Disposto a passar por cima de tudo e de todos pela ambição, revê seus conceitos e torna-se um bom homem quando descobre que seu filho está com câncer.

Os três filmes têm uma coisa em comum. Fortalecem a reflexão sobre prioridades, escolhas, melhor uso do tempo, como tratar melhor as pessoas e como aproveitar a vida. Por ironia do destino, tudo isso aconteceu no mesmo período em que perdemos o ator Domingos Montagner, no auge de sua carreira.

Tirando o clichê do “sonho americano” retratado no filme, melhor acordar pra vida antes que aconteça uma coisa ruim como em “The headhunter’s calling”, também não precisa enfiar o pé na jaca e curtir a vida adoidado como o Ferris Buller. Vale correr atrás do sonho ou de aventura como o jovem Dan Eldon fez, mas esteja preparado caso encontre alguma emboscada no caminho.

Sandro Rego

Jornalista com especialização em Comunicação Empresarial. No Brasil, trabalhou em empresas como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Bunge, Grupo Boticário e Banco Safra. Em 2014 foi eleito “Comunicador do Ano” pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial). No Canadá, estuda Business Management na Universidade de Toronto.

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Comentários sobre este post

  1. Escolhas, destinos e…livre arbítrio. Sucesso para você nessa nova jornada Made in Canadá, amigo. Vou buscar esses filmes e rever o clássico Ferris. Abraço do Gaulia.

    Gaulia
  2. É um grande cara que, agora, publica suas grandes considerações. Que assim continue…

    Ana Lucia

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